O movimento que culminou na fundação da Associação Nacional dos Deficientes Sinistrados no Trabalho teve como grande impulsionador, José Gomes Ferreira. Natural de Vila Nova de Famalicão, aos 18 anos sofreu um acidente quando trabalhava com uma britadeira, ficou sem a perna esquerda e dois dedos da mão direita. Sem trabalho e com uma pensão de 300$00 escudos por mês, recusa-se a pedir esmola. Inconformado, apresenta-se na redação do Jornal de Notícias no dia 28 de agosto de 1974 ostentando um cartaz com a seguinte inscrição, “Pede-se a todos os inválidos de acidentes de trabalho para entrar em contacto com – José Gomes Ferreira “. Manuel Dias, saudoso jornalista do JN que se destacou pelas histórias de recorte social publica a entrevista e destaca a sua intenção em organizar um movimento a nível nacional que sensibilize as autoridades para a preocupante situação de milhares de inválidos de acidentes de trabalho, cuja subsistência depende de pensões que pela sua exiguidade mais se assemelham a esmolas.
Á iniciativa de José Gomes Ferreira, associam-se Adriano Leite, Luis Machado, Manuel Guerra, José Calisto e milhares de sinistrados e doentes profissionais. Juntos marcam uma manifestação para a cidade do Porto que se realiza no dia 6 de outubro de 1974. Prestam esclarecimentos e sensibilizam o público em geral. Seguem em cortejo para a Praça da República e entregam no Quartel General das Forças Armadas, um documento reivindicativo, contendo algumas das seguintes reivindicações: - Pensão invalidez por acidente de trabalho ou doença profissional atribuída de acordo com o salário mínimo nacional; - Que á morte do pensionista, seja atribuída uma pensão aos filhos e à esposa; - Atualização anual das pensões.
No ano de 1980 participa ativamente na dinamização e na organização do 1º Congresso Nacional das Pessoas com Deficiência que se realizou nos dias 19 e 20 de abril de 1980 no Pavilhão principal da FIL, Feira Internacional de Lisboa. Participam neste congresso mais de 800 pessoas com deficiência, familiares e técnicos, tendo o Presidente da ANDST presidido à sessão de encerramento.
Integrou a estrutura especial de composição plurissectorial para as comemorações nacionais do Ano Internacional do Deficiente criada pela Resolução 411/80 de 22 de dezembro.
No dia 24 de julho de 1981, inaugura a nova Sede e assinalava o 5º aniversário. Para marcar esta data especial organizou uma Conferência de Imprensa com o objetivo de sensibilizar a sociedade para a necessidade urgente de ajudar quase meio milhão de deficientes do trabalho a quem de forma chocante o Estado e as Seguradoras, continuavam a negar o reconhecimento dos seus mais elementares direitos. Relembramos aqui algumas frases proferidas pelos dirigentes da ANDST. - Aqueles que perderam algo de si ao serviço de outrem, não podem jamais ser encarados como um título de crédito que já não vence juros e como tal votado ao esquecimento por aqueles por que se estropiaram. - Não é com esmolas que se reparam as faltas cometidas, tantas vezes na ganância de lucros que a outros conduziram à ruína. - É este o Portugal que abril nos prometeu?
Recebe a visita da Primeira Dama de Portugal a Doutora Manuela Eanes, que considerou a Instituição de grande alcance social.
No dia 25 de Novembro de 1981, é conferido e publicado no DR nº 272/81, II Série, o Estatuto de Pessoa Coletiva de Utilidade Pública da Associação Nacional dos Deficientes Sinistrados no Trabalho.
Em 1983 integra a Comissão Permanente para a Revisão da Tabela Nacional de Incapacidades.
Em 1985 recebe a visita do Bispo do Porto, Dom Júlio Tavares Rebimbas e o Ministro do Trabalho Doutor Amândio Azevedo.
Integra o Concelho Geral do FAT, Fundo de Acidentes de Trabalho em julho de 1987.
Em 1989 trona-se membro da FIMITC, Federação Internacional da Pessoa com Deficiência Física. Instituição Internacional que promove a igualdade de oportunidades para as pessoas com deficiência e luta contra a sua discriminação na União Europeia.
No ano de 1991, inaugura a Delegação Centro em Coimbra.
Em 1995, inaugura a Delegação Sul em Lisboa.
Graças à dedicação do nosso associado Avelino Ferreira de Almeida estabelece em Julho de 1998 uma delegação em Leiria.
Em 2005 é registada como Instituição Particular de Solidariedade Social com registo inscrito na Direção Geral da Segurança Social a 06 de julho de 2005, sob a inscrição nº 50/05, fls. 167/168 do Livro 10 das Associações de Solidariedade Social.
Em 2014 é registada como ONGPD, Organização Não Governamental das Pessoas com Deficiência, junto do Instituto Nacional para a Reabilitação.
No dia 1 de maio de 2019 inaugura o memorial ao sinistrado no trabalho na Avenida dos Metalúrgicos na freguesia de Paio Pires, Concelho do Seixal. A Instituição encontrou na Câmara Municipal do Seixal um parceiro para homenagem todos os trabalhadores e trabalhadores que morreram a trabalhar.
A obra do Escultor Sérgio Vicente honra todas as vítimas do infortúnio no trabalho.